Tecnologia e Diversão

Com que idade meu filho pode ter rede social?

Com que idade meu filho pode ter rede social? Dia após dia, as crianças estão ficando cada vez mais conectadas e isso traz questionamentos e preocupações por parte dos pais. Afinal, existe uma idade ideal para que as crianças possam ter acesso às redes sociais?

Responder a esta questão não é fácil, pois existem muitas redes sociais e não há uma padronização das diretrizes. Além disso, não temos ainda uma legislação robusta que determine exatamente com que idade o meu filho pode ter rede social.

Ainda, além da questão legal, temos que avaliar as questões psicológicas, impactos cognitivos, perigos e várias outras coisas. Por essa razão, resolvemos abordar o tema e tentar ajudar nesta recorrente dúvida dos pais.

O Que Dizem as Redes Sociais

Primeiramente, devo dizer que existem muitas redes sociais, porém vamos mencionar apenas as que chamam mais a atenção das crianças. Ou seja, vamos analisar as diretrizes das seguintes redes sociais: YouTube, Instagram, Facebook, Tik Tok, Twitch, Twitter, Discord e Whatsapp.

Todas estas redes sociais exigem a idade mínima de 13 anos para fazer um perfil. Ou seja, segundo as diretrizes destas redes, qualquer criança de 13 anos já está apta a ter uma rede social. Porém, essa idade é realmente segura para dar uma rede social para a criança? Ainda, será que existe um controle mais apurado para impedir que uma criança menor de 13 anos tenha acesso a estas redes? A resposta é não e explico o motivo.

Em geral, as redes se baseiam na idade declarada da criança no momento em que ela faz o perfil. Então, caso ela minta nesta etapa, dificilmente terá a conta bloqueada. E, caso o bloqueio aconteça, há meios de se recuperar a conta.

Contudo, vamos supor que a criança não mentiu e que ela realmente tem 13 anos de idade. Será que ela tem maturidade para explorar um mundo virtual? Sabemos que as crianças são diferentes e que cada caso é um caso, mas em regra, os especialistas acreditam que 13 anos ainda é muito cedo para que uma criança tenha uma rede social.

Então voltamos à questão: com que idade meu filho pode ter rede social?

O que Diz a Lei Brasileira

Conforme supramencionado, ainda não temos uma lei específica que determine a idade mínima que as crianças podem ter acesso a redes sociais. Porém, este assunto já tem se tornado tão frequente, que já temos alguns projetos de lei a respeito.

Em junho de 2023, a Comissão de Direitos Humanos aprovou o projeto (PL 2.268/2022) que proíbe as caixas de recompensa em games e a criação de contas em redes sociais por menores de 12 anos. Neste sentido, a ideia é proteger crianças e adolescentes em ambientes digitais.

Porém, além da lei não estar em vigor ainda, este projeto vai baixar ainda mais a idade mínima para que as crianças tenham redes sociais. Ou seja, mesmo depois de publicada, esta lei não vai ajudar muito nesta questão. Desta maneira, mais uma vez, a decisão vai ficar a critério do bom senso dos pais para decidir com que idade meu filho pode ter rede social!

Com que idade meu filho pode ter rede social? – Desvantagens

Para responder a pergunta “com que idade meu filho pode ter rede social”, devemos observar as desvantagens e os perigos do uso precoce das redes sociais. E isso passa por questões físicas, psicológicas e até de segurança. Então vamos ver alguns pontos?

Superexposição da criança

Sabemos que hoje em dia a tecnologia e inteligência artificial estão bastante avançadas. Mas o que pode ser bom por um lado, pode trazer malefícios em outros pontos. Neste sentido, basta que estas tecnologias sejam utilizadas para o mal que o estrago estará feito, infelizmente.

Por exemplo, quando uma criança se expõe nas redes sociais, postando sua foto e sua voz, isso pode ser capturado por bandidos digitais e utilizado para coisas terríveis. Assim, a foto da criança pode ser encaminhada para bancos de pedófilos, pode ser utilizada para evolução digitalizada e futuro roubo de identidade e até para ser alvo de futuros crimes. 

Além da imagem, o roubo da voz da criança também pode ser bastante prejudicial. Pois hoje em dia, bandidos utilizam a inteligência artificial para aplicar golpes em outras pessoas e a utilização da voz das crianças é um desses golpes. Neste sentido, ele consegue reproduzir o pedido de socorro da criança e partem para a extorsão dos pais, simulando um sequestro dos filhos. 

Além de tudo isso, não podemos esquecer que a velocidade com que os dados trafegam na internet é surreal e pode também ser bastante prejudicial. Assim, atualmente, um fato ocorrido no Brasil pode se tornar “meme” do outro lado do mundo em questão de horas. E isso não é nada legal para a criança.

Abalo do Desenvolvimento Cognitivo e Emocional 

O uso precoce das redes sociais pelas crianças pode apresentar alguns riscos em relação ao seu desenvolvimento cognitivo e também emocional. E tudo isso deve ser levado em consideração antes de autorizar que a criança faça um perfil em uma rede social.

Crianças que passam muito tempo nas redes sociais tendem a ter mais dificuldades de atenção e concentração. Neste sentido, as redes sociais expõem as crianças a estímulos rápidos e constantes e isso leva à dispersão e dificuldade de concentração.

Também ocorre das crianças sofrerem impacto significativo na aprendizagem e rendimento acadêmico. Isso ocorre porque, normalmente, elas consomem vídeos curtos que causam uma espécie de vício, fazendo com que elas percam horas e horas vendo aquele tipo de conteúdo. Assim eles deixam de fazer outras atividades, mais instrutivas, para continuar assistindo aos vídeos.

No âmbito emocional, o consumo precoce de redes sociais pode fazer com que as crianças desenvolvam depressão, ansiedade, isolamento social e baixa autoestima. Neste ponto, a vida fantasiosa e exagerada que é “vendida” na internet atinge bastante as crianças, ainda imaturas para isso.

Por fim, não podemos esquecer do perigo do cyberbullying, que é ainda mais perigoso do que o bullying normal, pois fica longe dos olhos dos adultos. E ainda, devemos mencionar os “desafios”absurdos que surgem nestes ambientes e que as crianças se sentem encorajadas a seguir. 

Contato com Estranhos

Devemos ter em mente que qualquer pessoa pode ter acesso a internet, logo, podem ser pessoas bem intencionadas ou não. Neste sentido, as crianças são mais ingênuas e podem ser mais facilmente enganadas por estas pessoas.

Desta maneira, as crianças podem sofrer golpes financeiros, serem induzidas a praticar ilícitos, serem manipuladas em ideologias ou crenças e, pior, serem vítimas de pedofilia. Então todo cuidado é pouco quando as crianças estão em redes sociais.

O que os Pais Podem Fazer – Alternativas

Sei que é difícil ter uma resposta sobre com que idade meu filho pode ter rede social! Também devo reconhecer que nem a internet e nem as redes sociais são ruins. Ao contrário, eles possuem mais benefícios do que malefícios, como a aproximação de familiares e amigos distantes, oportunidades educativas, desenvolvimento da consciência tecnológica e outros. Todavia, o cuidado é necessário em virtude das outras pessoas que também frequentam a internet. 

Então dificilmente poderemos apagar a internet da vida dos nossos filhos, pois ela já é uma realidade, visto que vivemos na era digital. Mas podemos tomar algumas precauções para evitar problemas com ela.

Estimular a vida offline

A primeira coisa que devemos fazer é estimular que o nosso filho tenha uma vida offline. Então, ainda que você permita que ele utilize as redes sociais, imponha um limite de horas e de consumo.

Além disso, mostre como a vida ao vivo pode ser mais legal e saudável. Neste ponto, vale a pena dar o exemplo e se divertir com o seu filho.

Monitorar o Perfil

Se o seu filho tem redes sociais, elas precisam ser monitoradas. Ou seja, se o seu filho é menor de idade e usa as redes, não há que se falar em privacidade, Neste sentido, você precisa sim saber com quem ele está falando, que conteúdo ele está consumindo e como ele está gastando dinheiro.

Sei que este ponto pode ser bem desgastante, principalmente se estivermos falando de filhos adolescentes. Mas o monitoramento é fundamental. Uma alternativa, é fazer um perfil com conjunto com ele, assim os pais já barram e evitam qualquer contato indesejado.

Instalar Apps de Segurança

Existem muitos aplicativos que ajudam na segurança digital das crianças. Neste sentido, eles prometem monitorar a atividade nas redes sociais e na internet em geral.

Um deles é Google Family Link, que permite que o responsável aprove ou bloqueie remotamente o download de outros apps no dispositivo da criança. Além disso, controla o tempo que a criança passa no celular. 

O app ESET Parental Control permite que os pais supervisionem as atividades das crianças, podendo aprovar ou não o acesso a outros aplicativos. 

O navegador do Chrome também tem a função de controlar o que as crianças pesquisam na internet. Para isso basta acessar a página de configurações de pesquisas e ativar o SafeSearch.

Por fim, em alternativa ao YouTube, há o YouTube Kids. Nesta plataforma, crianças até menores de 13 anos podem utilizá-las e ela é bem mais segura, permitindo que os pais monitorem todo o comportamento das crianças na plataforma.

Conversar e Explicar os Problemas

Conversar com as crianças é fundamental para o desenvolvimento delas, mas principalmente para que elas tenham um comportamento saudável diante das redes sociais. É importante explicar que nem tudo na rede social é verdade e que não podemos seguir o que vemos lá sem ter certeza de que é seguro.

Também é importante impor regras e limites sem os quais a criança deve perder o acesso às redes sociais. Afinal, tudo isso é para o bem delas, não é?

Por fim, devo dizer que acredito que não exista uma regra uniforme de com que idade meu filho pode ter rede social. Pois acredito que cada criança é diferente e que cada família sabe o que é melhor para os seus filhos. Porém, pessoalmente, acredito que não faz mal esperar uns aninhos até liberar as redes sociais para as crianças.

E você gosta de redes sociais? O que pensa sobre o assunto? Conta tudo para gente?

Eu sou a Mamãe Noob e este é um blog sem julgamentos.